Referendo das Armas: "Um Último Apêlo"

Prezado leitor. Gostaria de fazer minhas últimas ressalvas a respeito do referendo que acontecerá nesse fim de semana e sobre o Estatuto do Desarmamento. Já li várias vezes o estatuto e novamente cheguei às seguintes conclusões:

• Civis podem ter armas de fogo e comprar munições desde que comprovem a necessidade de se ter uma arma em casa e de que a munição comprada seja para a arma específica de que ele tem posse;
• Quem mora em lugares afastados dos centros urbanos(minoria da população) também pode possuir uma arma de fogo, desde que comprove necessidade;
• Se para se ter um carro é necessária tanta burocracia, penso que com as armas não haveria de ser diferente.
• Não vejo sentido em se defender um "direito" que não se quer exercer.
• A nova lei é mais rigorosa com o tráfico de armas do que a lei antiga que previa punição idêntica ao tráfico de qualquer outro produto.
• Voltar à lei antiga, como o próprio nome já diz, significa regredir.
• A lei antiga era quase tão restritiva quanto à obtenção do porte de arma quanto a lei do estatuto, o que significa que o pobre nunca teve acesso legal às armas.
• É absolutamente ridículo cogitar um novo Golpe de Estado em pleno século XXI.
• De acordo com os integrantes da frente do "não" a proibição da venda de armas aumenta o tráfico de armas. Considerando isso, pode-se concluir que quanto às drogas, deveríamos liberar a venda para diminuir o tráfico, que certamente é um dos maiores problemas do país. Será que isso resolveria?
• A campanha do "não" diz: "não queremos que você tenha uma arma em casa, mas queremos defender o direito de quem precisa possuir uma". Eles afirmam isso como se o estatuto fosse um conjunto de leis sem brecha, sendo que isso não é verdade. Não existe uma lei para cada tipo de cidadão.
• A propaganda do "não" insiste em comparar dados de países(EUA, Canadá, etc) em que se têm mais armas por pessoas do que no Brasil e se têm menos violência. O problema é que eles se esquecem de que os Estados Unidos se encontram em 8° lugar no ranking IDH(índice de desenvolvimento humano), o Canadá ocupa o 2° lugar e o Brasil ocupa nada mais do que o 72° lugar. Acho que eu nem preciso de dizer o quanto isso é ridículo fazer esse tipo de relação.
• A falsa sensação de segurança que as pessoas que andam armadas sentem é muito perigosa, mesmo se elas forem "cidadãos de bem".
• As pessoas mais pobres são as que mais sofrem com a violência, no entanto, mesmo antes do Estatuto do Desarmamento, as pessoas de baixa renda não possuiam condições de adquirir uma arma. Considerando isso já se pode concluir que quem é contra a proibição da venda de armas de fogo no Brasil, certamente tem dinheiro para comprar uma arma ou está "prestando serviços" aos grandes empresários donos de fábricas de armas no Brasil.

Agora que eu coloquei todos os argumentos possíveis, espero que quem ler isso tome a decisão certa e não fique na ilusão de que o povo pode se defender sozinho com armas nas mãos ao invés de exigir que o estado cumpra o seu papel de garantir segurança para os cidadãos. Não vamos seguir o Exemplo dos Estados Unidos com a hipócrita cultura de que "se a polícia não protege minha família, eu mesmo o farei". Arma de fogo é para os covardes e para os que não tem o dom da palavra!